Se eu acredito no autodidatismo?
Num certo sentido, não. Porque só aprendemos
se, em alguma medida, nos tornamos um outro.
Assim, à capacidade de aprender corresponde
uma capacidade de “se outrar”. O aprendizado, portanto, envolve a alteridade
(como faz, aliás, a relação de comando-obediência).
Isso não quer dizer, entretanto, que é
preciso a pessoa (o corpo, a fala e o olhar) de um mestre, se há, por exemplo,
um livro. Basta o livro, se o aprendiz está na capacidade de tomá-lo como um
outro (isto é, como algo que remeta à não-compreensão).
A alteridade é uma condição necessária do
aprendizado, embora não suficiente (precisaríamos falar no desejo).
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