Assim, não podemos julgar a verdade por meio da falsidade.
Só a verdade é norma para a verdade (veritas index sui).
E, assim, o velho, o muito velho critério epistemológico do saber só pode ser uma verdade auto-evidente.
Descartes encontrou a sua norma (a sua pedra de toque) na certeza de um saber absoluto.
“Eu penso” é o conteúdo, o objeto de um saber reflexivo (pensamento de pensamento, na forma de “eu sei que eu penso”) cuja certeza inquestionável deve valer como norma para todo outro saber.
Sócrates, por seu lado, encontrou sua verdade em um não-saber.
“Eu não sei de nada”. E assim “só sei que nada sei” – que é o saber de sua ignorância: e também a maior das ciências (como o “eu penso”). Ele se servia dela para “quebrar o pescoço” dos seus interlocutores. E, por isso, foi acusado e condenado por “corromper os jovens da cidade”.
E Nietzsche, no auge do paradoxo e da corrupção, encontrou sua verdade numa não-verdade.
“Não há verdade. Tudo é permitido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário