Pode nos parecer estranho que
isso-que-faz-com-que-uma-coisa-seja-realmente-o-que-ela-é esteja no seu fim e não na sua atualidade (não no seu devir,
mas no seu acabamento).
Já que, para nós, isso-que-faz é geralmente
uma causa fazedora, uma causa eficiente.
Entretanto, é preciso reconhecer que, para
nós, essa causa fazedora, nós a concebemos em geral como externa à coisa e,
sendo externa, ela não nos parece ligada à natureza própria da coisa.
Aristóteles pensa em meio às nossas próprias
colocações.
Aristóteles concilia nossas duas opiniões comuns (a de que isso-que-faz tem que ser uma
causa e a de que a causa fazedora é externa à coisa) com a sua ideia de que a natureza da coisa é a sua finalidade, dizendo-nos
que essa finalidade é uma causa – uma causa final.
Ora, a força causal de um fim só pode ser
atrativa.
O fim só exerce o seu poder (ou o seu princípio
de força) sobre a efetuação do real atraindo-a para si.
A causalidade final, em termos físicos, é
uma espécie de força gravitacional – dá o movimento do mundo, porém, não exige
seu colapso; pelo contrário, mantém tudo em ordem, e girando, e circulando, em
torno do fim último como causa primeira.
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