O Monstruoso

Nosso modo de viver coletivo no mundo, afinal, é um monstro (com seus aspectos ou caretas: a sociedade de consumo, do espetáculo, a sociedade industrialmente avançada, a revolução burguesa, o império, o capitalismo, o biopoder).

Nós criamos um monstro (não no sentido de que ele seja uma criatura nossa, mas no sentido de que nós o cultivamos e cultuamos; como quando dizemos: “criamos um boi”). Um monstro que vive não apenas às nossas custas, mas da nossa carne-no-mundo. Um deus-afeto monstruoso (um Leviatã).

– Não podemos nada contra ele? Num equilíbrio mortífero muito grande, ele assimila tudo o que lançamos contra ele, até mesmo, a nossa subjetivação mais rebelde. Um monstro feito de carne e carnívoro; um monstro-afeto afetado de nossos afetos.

A lança que matará o dragão – pois o Monstruoso é certamente um ser finito, como todas as coisas da natureza – será uma metástase imanente (uma revolução da sua própria patologia) ou um objeto transcendente?


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