Muitas vezes, a opinião de um autor é a mais absurda. Por isso, ele dissimula a sua opinião absurda, com uma série de opiniões plausíveis em conformidade com ela.
Suponhamos, A ser absurdo, e B e C, que são plausíveis, não contradizerem A.
Então, para não afirmar o que não se pode afirmar, A, o autor afirma B e C.
Por isso, muitas vez também, os hermeneutas buscam, por trás do manifesto (B e C), o latente (A), e a atividade hermenêutica só se interessa por deduzir do manifesto o latente (isto é, a perfazer o caminho inverso àquele supostamente feito pelo autor).
Entretanto, essa dedução hermenêutica pode ser sempre acusada de mera adivinhação. Em todo caso, ela é típica daqueles que, como os sacerdotes, desprezam o aparente, como desprovido de realidade e perfeição.
Para uma filosofia de superfície, o manifesto basta, porque é real e perfeito.
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