[Conscientemente...] a própria morte é inconcebível, e, por mais que tentemos imaginá-la, notaremos que continuamos a existir como observadores. De modo que na escola psicanalítica pudemos arriscar a afirmação de que no fundo ninguém acredita na própria morte; ou o que vem a significar o mesmo, que no inconsciente cada um de nós está convencido de sua imortalidade.*Assim, para Freud, os humanos não somos mais mortais do que os outros animais. E assumir radicalmente a mortalidade, a finitude etc., é, portanto, no máximo, uma atitude a se conquistar, jamais uma condição transcendental dada na base da experiência humana.
(*) FREUD, Sigmund. Considerações atuais sobre a guerra e a morte [1915]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Obras completas. Vol. 12 (1914-1916). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 230.
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