Havia pensado a origem da alma como elemento da justificação, por naturalização, da dominação política e econômica. A alma teria surgido da isolação e entificação da vontade de poder inquebrantável de um corpo cada vez mais debilitado.
Em Platão, a vinculação da alma à justificação da dominação é evidente. A relação entre a alma e o corpo aparece como o paradigma natural de toda outra relação de dominação.
(*) PLATÃO. Fedão. Trad. Carlos Alberto Nunes. In: Platão: Diálogos – Protágoras - Górgias – Fedão. 2 ed. Belém: EDUFPA, 2002 [1973]. 80a. P. 284.
(**) FREUD, Sigmund. Considerações atuais sobre a guerra e a morte [1915]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Obras completas. Vol. 12 (1914-1916). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 237.
Enquanto se mantêm juntos o corpo e a alma, impõe a natureza a um deles obedecer e servir e ao outro comandar e dominar.*Freud, no entanto, pensa a origem da alma a partir do conflito de sentimentos (amor-ódio-negação-culpa) que surge no homem primevo diante da morte de um ser amado.
Junto ao cadáver de alguém que amara, ele inventou espíritos, e a consciência de culpa pela satisfação que se mesclava ao luto fez com que tais espíritos recém-criados se tornassem maus demônios que inspiravam medo. As modificações trazidas pela morte o levaram a decompor o indivíduo em um corpo e uma alma [...].**
(*) PLATÃO. Fedão. Trad. Carlos Alberto Nunes. In: Platão: Diálogos – Protágoras - Górgias – Fedão. 2 ed. Belém: EDUFPA, 2002 [1973]. 80a. P. 284.
(**) FREUD, Sigmund. Considerações atuais sobre a guerra e a morte [1915]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Obras completas. Vol. 12 (1914-1916). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 237.
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