A incompatibilidade dos elementos que constituem a vida humana não a impede, digamos, de viver, senão parece ser a sua condição. Assim, não podemos considerar absolutamente incompatíveis a disposição
superação-de-si e o
sentimento de fim. Mesmo que, se pensarmos logicamente, não entendamos a simultaneidade possível do princípio do superar-se com a ideia de que tudo logo vai acabar.
“Ele costumava dizer que esperaria o fim do mundo; nesse momento, ele encontraria, sim, um momento de tranquilidade, logo antes do fim, depois de haver despachado as últimas contas, para dar, ainda, rapidamente, uma pequena volta”*.
(*)KAFKA, Franz.
Oeuvres complètes II. Bibliothèque de La Pléiade. Paris: Gallimard, 1980. [Poséidon], set. 1920. P. 553.
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