Juízos (m)orais


Afinal, é com a boca que julgamos se algo é bom ou mau.

Isso é bom, quer dizer, isso é bom para comer, para estar dentro de mim, identificado comigo.

Isso é mau? Então, preciso cuspi-lo, pôr para fora, tornar estrangeiro.

Juízos morais, juízos orais.






* Conferir: FREUD, Sigmund. A negação [1925]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: O eu e o id, “Autobiografia” e outros textos. Obras completas. Vol. 16 (1923-1925). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 278.

3 comentários:

sophie disse...

MOSCOU!

Na verdade recusamos o que não queremos e o que é desconfortável para nós, bem antes, com o corpo todo , rolando por ex., fechando os olhos, até parando de respirar, se não nos impedirem, é programado.
A boca, ah essa permite a fala, aí torna tudo compartilhado...

Leon disse...

Na origem do juízo, não seria a boca o corpo todo antes do corpo com todas as suas outras partes?

Com a boca, mas com os olhos ainda fechados.

A boca-da-fala não seria uma apropriação do órgão pelo vírus da linguagem?

A linguagem como vírus.

sophie disse...

A linguagem como vírus é interessante, nunca tinha pensado, mas é verdade , quando escrevi, sobre que da boca se partiu para o compartilhamento, ia continuar...pra fofoca, pro julgamento, pra arte, pra mentira, enfim, viral!
me deu preguiça, eu estou sempre querendo ler outros sinais...