Em vez de uma Filosofia unitária e viva, temos uma literatura filosófica crescendo sem limites e quase sem coerência; em vez de uma séria confrontação de teorias conflitantes que, porém, tornam manifesta, pelo seu próprio confronto, a sua solidariedade íntima, a sua comunidade nas convicções fundamentais e a sua fé imperturbável numa Filosofia verdadeira, temos uma atividade de recensão e de crítica aparentes no lugar de um sério filosofar com outros e de uns para os outros.*O naufrágio da unidade do pensamento. A esquizofrenia da consciência filosófica. Isso, de fato, nos dá a pensar. Isso nos alegra. Não perdemos, com essa alegria, a seriedade. Mas, a sisudez. Esta é a disposição da filosofia atual; não, talvez, a sua “decomposição atual”, em “sua atividade desorientada”.
(*) HUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas [1929]. Trad. Pedro M. S. Alves. In: Meditações cartesianas e Conferências de Paris: de acordo com o texto de Husserliana I. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. §2. P. 42.
Nenhum comentário:
Postar um comentário