Etimologia e nazismo: a busca da origem perdida ou a luta contra a impureza presente

A busca da pretensa origem das coisas (ou seja, do seu ser enfim desobstruído ou da sua verdade e significados originários) envolve uma imagem da pureza como tal (a pureza pura) e reclama-exige um esforço pela purificação das coisas.

Essa exigência pressupõe que as coisas – cujo ser se busca, nas coisas tais como elas realmente são, tal como o são na sua essência – estejam contagiadas pela sua relação com isso que elas não são.

A busca pelo originário é, assim, o combate pela descontaminação do ser das coisas presentes, é uma luta contra isso que as torna impuras no seu significado ou no seu ser.

Um paradigma literário para esse processo de busca é a etimologia. Um paradigma político: a eugenia arianista do nazismo.

Na etimologia e no racismo, a imagem cega, a figura sem luz de um sentido originário e de uma raça pura se conectam.

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