No nosso mundo econômico bio-espetacular, não há sobreposição nem intervalo entre as vidas, os corpos, as imagens, as mercadorias.
Tudo se engata com justeza no espaço-tempo, ponta com ponta, ponteiro com ponteiro (para que não haja um caminho através).
Somente um Pessoa e uma filosofia para explorar o espaço entre.
Versos de Cancioneiro*:
“Entre o luar e a folhagem” (p. 166)
“Entre o luar e o luar” (p. 169)
“Entre o que vivo e a vida”
“Entre quem estou e sou” (p. 170)
“Entre o sono e o sonho”
“Entre mim e o que em mim é o que eu me suponho” (p. 171)
Pelo espaço entre, “corre um rio sem fim”.
(*) PESSOA, Fernando. Obra poética. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.
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