A crítica à massa funciona mais ou menos assim:
– A massa é indolente, inobediente, quer governar, mas não se governa. Ela precisa da liderança do nobre (do ser humano destacado) para governá-la, para que se mantenham as medidas, e ela chegue a algum lugar.
No entanto, essa crítica toma o efeito pela causa, pois é a liderança, a dominação, que produz a massa e não o contrário.
Isso é o que nos diz Freud, se o lermos com atenção (isto é, com tempo): “...ele [o líder] os compeliu, por assim dizer, à psicologia da massa. Seus ciúmes sexuais e sua intolerância vieram a ser, em última análise, as causas da psicologia da massa”*. O líder é a causa da massa, não o efeito. A massa vem depois.
(*) FREUD, Sigmund. Psicologia das massas e análise do eu [1921]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Psicologia das massas e análise do eu e outros textos. Obras completas. Vol. 15 (1920-1923). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 87.
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