Disposição índia XIV, ainda OyG
Frequentemente, a plebe é alvo de um preconceito: dizem-lhe massa: ela é não mais que plebe ou o desejo de cada um de levar a vida ex suo ingenio.
A massa enquanto massa (homogênea, impensante, imbecil, recessiva) provavelmente existe, mas temos de prestar atenção no que dizem aqueles que se atacam à massa. Não estariam, na verdade, atacando a plebe, na defesa da nobreza hierárquica, contra os exercícios democráticos?
Ortega y Gasset, em seu “livro lúcido”*, por exemplo, fala mal do “hombre-masa”: “el hombre vulgar, [que] antes dirigido, ha resuelto gobernar el mundo”...
E, logo em seguida, para mostrar que a vida fácil, a vida de gozo, a disposição índia, leva a “su irremediable degeneración”, ele escreve [segurem o estômago, Calibãs!]:
“Así, para referirme a una dimensión muy concreta de la vida corporal, recordaré que la espécie humana ha brotado en zonas del planeta donde la estación caliente quedaba compensada por una estación de frío intenso. En los trópicos el animal hombre degenera, y vice versa, las razas inferiores – por exemplo, los pigmeos – han sido empujadas hacia los trópicos por razas nacidas después que ellas y superiores en la escala de evolución”** .
(*) HUISMAN, Denis. Dicionário de obras filosóficas. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2002 [1993]. P. 475.
(**) ORTEGA Y GASSET, José. La Rebelión de las Masas: 1936. P. 71 - 74.
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