Quiasmas: túneis do tempo, instantaneidades do espaço


Isto, em torno da ideia social do celibato, que Kafka havia anotado em seu diário (24/11/1911), aquele aforisma imemorável do Talmud: “Um homem sem mulher não é uma criatura humana”, também passava da pluma de Gide, em 192..., para a boca de um de seus personagens, o médico Marchant, através do diário de Évéline:


[ÉVÉLINE:] ...eu disse simplesmente [e, por estar envergonhada, sem a necessária ênfase] que os casamentos não eram todos felizes. Ao quê, Marchant respondeu, logo de pronto, que, se o casamento não era sempre bom, o celibato, pelo contrário, era sempre ruim... “ao menos, para as mulheres”, ele acrescentou com certo sarcasmo. (16/11/1894)

GIDE, André. L’école des femmes. Collection Folio. Paris: Gallimard, 1984 [1929]. P. 45.

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