O VULGO: – Que maravilha unir ao útil o agradável.
A CONSCIÊNCIA DO VULGO: – Muito bem, isso pode ser uma maravilha. Mas, para mim, o útil só se une, eventualmente, ao agradável porque são coisas da mesma espécie, que dizem respeito a sujeitos particulares, a você, àquele ali, àquele outro. E o que concerne sujeitos particulares não pode ser exigido de todos. Eu não sou a sua consciência, eu sou a consciência de todos vocês. O que é agradável para você pode não ser agradável para um outro (aliás, saiba que, para mim, que apenas penso, nada é agradável nem desagradável, o que não quer dizer que tudo me seja indiferente). De outra espécie, porém, é o bom. O bom é o que deve valer para todos e para você, em particular. O bom não é bom porque se une ao útil e ao agradável, pelo contrário, o bom é bom, justamente, porque é independente do útil e do agradável, porque vale para mim, que sou em você, para lhe indicar o caminho do bem supremo e cada vez que você se afasta dele. E, sendo assim, o bom é bom por si mesmo independentemente de qualquer vantagem ou prazer. Então, no critério de suas boas ações, esqueça-se do útil e do agradável.
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