Em Spinoza, nada disso. A essência humana, ontologicamente falando, não é nada senão o que é comum a esses entes mais ou menos reciprocamente semelhantes a quem chamamos de seres humanos. Mas, relativamente a cada um de nós humanos mais ou menos semelhantes, esse comum está sempre aquém do seu ser. Na sua singularidade radical, nenhum indivíduo humano se explica completamente, essencialmente, pelas propriedades que tem em comum com outros indivíduos humanos.
Quer dizer, se, para Platão, estamos sempre em falta com relação à ideia do humano, para Spinoza, pelo contrário, estamos singularmente sempre em excesso em relação a ela.
PS: OPS!: em Platão, a relação das almas humanas às ideias é de semelhança: no elemento do divino (não a de mímese ou a de participação, a alma não copia uma ideia, nem participa de uma ideia de alma). Assim, não podemos falar de uma ideia (ou essência) de alma. Com certeza, no entanto, podemos falar de uma idéia de corpo humano. E, em relação a essa ideia de corpo, tudo o que foi dito, acima da fotografia, fica válido.
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