– Foi assim que acabei na forca, em Havana.
– Foi muito ruim? – sussurrou Fanny.
– Não foi, não, minha pobre Fanny – disse Morten.
– Alguém mais estava com você?
– Tinha um padre jovem e gordo. Estava morrendo de medo de mim. Provavelmente lhe contaram coisas terríveis a meu respeito. Ainda assim, ele se empenhou ao máximo. Quando lhe perguntei: “O senhor poderia me conseguir, agora, mais um minuto de vida?”, ele me respondeu: “E para quê você quer esse derradeiro minuto, meu pobre filho?”...*
(*) BLIXEN, Karen. A ceia em Elsinore. Trad. Claudio Marcondes. In: Sete narrativas góticas. São Paulo: Cosac Naify, 2007 [1935]. P. 291.
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