O justo, como o belo, numa compreensão remota, refere-se à correspondência de uma proporção, à simetria.
A definição remota de justiça, como atribuição a cada um do que é seu, coloca o jurídico no âmbito da proporção. No justo trata-se de distribuir a coisa a cada um na exata proporção que lhe é devida (imagem da balança).
Na definição remota do belo, por outro lado, encontramos a mesma noção de simetria – alcançar o belo pelo simétrico (em confronto com o remoto, Kant, muito romanticamente, vai dizer que não há uma teoria racional do belo – ou seja, o belo, como o divino, em Kant, tornou-se um limite para a razão).
De modo que, remotamente, o injusto nos repugna como o feio, e o feio como o injusto. Muito facilmente, portanto, passamos do feio ao injusto, do feio ao mal, do feio ao afastamento do que é divino, do que é justo e belo.
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