Falar não excessivamente exprime uma opinião razoável (nos termos de Aristóteles: uma verdade grosseira, imprecisa, aproximada, 1094b20), não narcísica (ou mágica) que leva em consideração, de maneira constitutiva, a opinião de muitos outros (1098b25-30).
Com uma formulação excessiva, não razoável e mágica, queremos apenas dar expressão a uma ideia outra. Nosso propósito, portanto, não é nos dirigir à verdade, mas à gente razoável.
A ideia que exprimimos criticamente – não à guerra, não ao petróleo, não à melancolia! – e positivamente – viva a democracia, a energia solar e a alegria da vida em comum! – é certamente excessiva, no sentido de que ela não encontra, na situação atual, suas condições existenciais.
Mas a ideia oposta (a civilização da guerra, do petróleo e da tristeza) é tão excessiva quanto aquela que propomos, e pela qual manifestamos, no sentido de que ela está rapidamente perdendo suas condições existenciais no ser, em direção ao nada, pois ela é certamente inadequada.
“A gente de França deve...” antes de ser uma fórmula do dever é uma forma mal-expressa do manifesto. Diríamos: “A gente de França, nós iremos...”, se nós, moscovitas, pudéssemos, também nesse caso, empregar a primeira pessoa do plural.
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