O múltiplo muito vai às mentes, aos corpos, às ruas.
O que queremos? Um fim, um objeto? De onde
viemos? Por que vamos? De ou por uma causa?
Não podia ser diferente, as reivindicações
são, a princípio, múltiplas e, enquanto múltiplas, disparates. Dar um sentido, uma direção, uma interpretação, aos issos que acontecem é reduzir o múltiplo
muito ao pouco um.
Um é sempre pouco.
Cuidemo-nos, portanto, com as interpretações
derradeiras dos objetos, com as finalidades últimas, pois, juntos ao que está
diante de nosssos olhos, como um objeto e como um fim, estão sempre o nariz e a própria visão própria. A interpretação
objetal derradeira nos tranquiliza, mas apenas na medida em que domina seu
objeto e por ele é dominada. A indicação de um
fim último nos orienta, porém, nessa orientação, um fim se dá como nosso guia.
E, no agora vai, trata-se de desdominar-se, de desguiar-se, de inventar, de
iniciar, de ir. De ir multiplamente. Na potência, não por um poder.
Sem a memória, não poderíamos sequer pensar.
Por isso, nosso pensamento requer, como costume, interpretações. Mas, também
por isso, a interpretação introduz um passado no presente, quando, no presente
que vai, no agora vai, já há também o futuro do ir – o ainda-não-já-presente.
O ainda-não-já-presente não é jamais totalmente interpretável. Ele abre, no presente, uma incompletude.
O ainda-não-já-presente não é jamais totalmente interpretável. Ele abre, no presente, uma incompletude.
No ir multiplamente, por múltiplas vias, com o múltiplo muito, não se trata de ir a um lugar, mas de sair deste.
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