Três carpas grandes viviam na água suja de uma pequena bacia. Devido à falta de espaço, aos esbarrões inevitáveis e ao seu movimento sinuoso, frequentemente acontecia uma ou outra delas ter a cabeça fora d’água por um curto momento, num intervalo de asfixia, antes de poder mergulhar novamente.
Ao lado, havia uma bacia muito maior, uma grande piscina de águas claras e vazia. Mas talvez a água estivesse clorada, e eu não sabia se as carpas iriam suportar o cloro. Mesmo sem saber, decidi-me por jogá-las lá, com esse pensamento em mente – pensamento que já vai se tornando um chavão – : melhor morrer do que simplesmente viver a mera vida, uma vida que não merece ser vivida.
Contudo era eu decidindo pelos peixes.
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