Crítica e genealogia – 2

Talvez fique melhor assim:

Crítica – as condições de qualquer experiência possível.

Mas isso mesmo é o que inviabiliza a possibilidade da própria crítica.


Ao invés de crítica, portanto: arquealogia
e a noção de um a priori histórico.




Associação por palavras

Nossas línguas são limitadas. Assim, necessariamente, com palavras iguais falamos de situações diferentes e até mesmo muito diferentes. As palavras estabelecem um vínculo associativo entre situações. Essas associações ora favorecem, ora distorcem, a perspicácia e o discernimento do pensamento.




Crítica e genealogia

A crítica busca as condições de possibilidade de uma experiência.
A genealogia, as inflexões de forças e ideias que constituíram uma experiência.
















claro:
cultura é memória
afinal
Mnemosyne é a mãe 
de todas as musas
– inspirações 
das sublimações

obscuro:
a sombra da Memória
talvez seu amante
é porém
Esquecimento


deve haver um outro acesso
ao passado e à glória:
este está barrado

mas o que é o passado,
senão uma imagem presente
parcialmente empurrada 
para a inexistência
por outras imagens 
que afirmam
sua maior presença?

o tempo
então
seria o efeito dessa luta
entre as imagens

esta imagem em particular
mostra um passado 
glorioso
mas a gente duvida
do valor (da força)
dessa glória

a glória é só uma imagem
em luta com outras
uma imagem de nós mesmos 
que nos alegra enquanto 
a imaginamos alegrar os outros


imagem-fantasia
imagem de corpos que não existem
ou numa situação nunca vista:
de corpos existentes
em situação inexistente

Pensar com Soulages a fotografia e a narrativa

IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA
Pensar com Soulages a fotografia e a narrativa
Sexta, 17 de junho, 14h-16h
FRANÇOIS SOULAGES (Paris 8) + Pedro Garcia de Moura/Cartiê-Bressão (fotógrafo)
A fala do prof. Soulages será traduzida

Retire seu ingresso gratuito aqui:
https://www.sympla.com.br/evento-online/pensar-com-soulages-a-fotografia-e-a-narrativa/1535959

O professor François Soulages é um dos pensadores mais relevantes da estética da fotografia em atividade. Ensina estética e filosofia na reconhecida Universidade Paris-8. É fundador e coordenador-presidente do grupo de pesquisas e práticas da imagem, a Retiina.International, que conta com uma rede de pesquisadores e artista de diversos países. Já publicou, individualmente ou como organizador, mais de 90 livros.

Ele vai nos falar sobre a relação entre fotografia e narratividade. A fotografia é uma imagem fixa, a narratividade envolve temporalidade e, portanto, movimento. Como compor narrativa e fotografia? Quais artes, quais faculdades isso envolve?

A fala do professor François Soulages ocorrerá nesta sexta-feira, 17 de junho, a partir das 14h, na plataforma virtual ZOOM, e será traduzida paralelamente para o português.

Para poder participar é necessário retirar seu ingresso com antecedência, no seguinte link:
https://www.sympla.com.br/evento-online/pensar-com-soulages-a-fotografia-e-a-narrativa/1535959




Pensar com White a historiografia e a narratividade

IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA
Quinto encontro nesta SEXTA 03 de junho, 14h-16h

Pensar com White a historiografia e a narratividade
Paulo Eduardo Teixera (UNESP) + André Assunção (IFTO)

Retire seu ingresso gratuito aqui:

https://www.sympla.com.br/evento-online/pensar-com-white-a-historiografia-e-a-narratividade/1535958




Pensar as relações temporais entre arte e verdade na imagem técnica

IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA
Quarto encontro nesta SEXTA-feira, dia 20 de maio, 14h-16h.

Pensar as relações temporais entre arte e verdade na imagem técnica

Susana Viegas (Universidade NOVA de Lisboa) 
+ Erivam Morais de Oliveira (fotógrafo)

Retire seu ingresso gratuito aqui:
https://linktr.ee/outrocampo
ou direto em:
https://www.sympla.com.br/pensar-as-relacoes-temporais-entre-arte-e-verdade-na-imagem-tecnica__1535943




Pensar com Arendt o pensar e o temporalizar

 IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA

Terceiro encontro nesta SEXTA-feira, dia 06 de maio, 14h-16h.

 

Pensar com Arendt o pensar e o temporalizar

Odílio Alves Aguiar (UFC) + Judikael Castelo Branco (UFT)


Retire seu ingresso gratuito aqui:

https://linktr.ee/outrocampo

ou direto em:

https://www.sympla.com.br/evento-online/pensar-com-arendt-o-pensar-e-o-temporalizar/1535938



IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA
Segundo encontro nesta SEXTA-feira, dia 22 de abril, 14h-16h.

Pensar com noções de tempo e narrativa: Ricœur e processos decoloniais
Cláudio Reichert Nascimento (UFOB) + Maria Aparecida Ferreira de Almeida (UNESP) + Dudu Oliveira (UNESP)

Retire seu ingresso gratuito aqui:
https://linktr.ee/outrocampo
ou direto em:
https://www.sympla.com.br/evento-online/pensar-com-nocoes-de-tempo-e-narrativa-ricoeur-e-processos-decoloniais/1535937




IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA

1) Terça 12 abril, 14h 

Pensar com Flusser a imagem técnica, o fim da escrita e a temporalidade

Rodrigo Duarte (UFMG) e Leandro Beck Freiberg  (UFT)

Retire seu ingresso gratuito aqui:

https://linktr.ee/outrocampo

ou direto em:

https://www.sympla.com.br/pensar-com-flusser---a-imagem-tecnica-o-fim-da-escrita-e-a-temporalidade__1535140



IMAGEM TÉCNICA, TEMPO & NARRATIVA

 

A invenção da imagem técnica transformou a nossa relação ao tempo. Como pensar e contar essa nossa fase da cultura? Como organizamos nossos discursos e identidades no acontecimento da imagem técnica? Em sua primeira edição, os Diálogos em OUTROCAMPO se dão em torno dessas questões.

 

Programa

 

1) Terça 12 abril, 14h 

Pensar com Flusser a imagem técnica, o fim da escrita e a temporalidade

Rodrigo Duarte (UFMG) e Leandro Beck Freiberg  (UFT)

 

2) Sexta 22 abril, 14h

Pensar com noções de tempo e narrativa: Ricœur e processos decoloniais

Cláudio Reichert Nascimento (UFOB) + Maria Aparecida Ferreira de Almeida (UNESP) + Dudu Oliveira (UNESP)

 

3) Sexta 6 maio, 14h

Pensar com Arendt o pensar e o temporalizar

Odílio Alves Aguiar (UFC) + Judikael Castelo Branco (UFT) 

4) Sexta 20 maio, 14h

Pensar as relações temporais entre arte e verdade na imagem técnica

Susana Viegas (Universidade NOVA de Lisboa) + Erivam Morais de Oliveira (fotógrafo)

 

5) Sexta 3 junho, 14h

Pensar com White a historiografia e a narratividade

Paulo Eduardo Teixera (UNESP) + André Assunção (IFTO)

 

6) Sexta 17 junho, 14h

Pensar com Soulages a fotografia e a narrativa

François Soulages (Paris 8) + Pedro Garcia de Moura/Cartiê-Bressão (fotógrafo)

 

A gênese essencial da filosofia e da loucura


A maneira como se produz a filosofia, também conhecida como o pensamento superior, é a mesma pela qual se produz o pensamento primitivo e a loucura.

Ambos, o filósofo e o ser humano primitivo, tomam a ordem e a conexão das suas ideias como a ordem e a conexão das coisas, ou seja, da realidade exterior.

A diferença entre eles talvez seja que, ao fazerem isso, o filósofo acerte e o louco se engane.

Spinoza (e2p7): “A ordem e a conexão das ideias é a mesma que a ordem e a conexão das coisas”.

Frazer: “os homem tomaram por engano a ordem de suas ideias pela ordem da natureza” (citado por Freud em Totem e Tabu).




Galeria, túnel, corredor


A fotografia (como diria Soulages) é uma arte das passagens. Entre tantas outras, desta: passagem da imagem da vida privada à imagem de vida pública.




Dupla dualidade



Há duas naturezas: a produtora; a produzida.
E simultaneamente a Natureza é uma só.
Essa sua dupla dualidade (ser duas e junto ser uma só) é a natureza da Natureza.



Fotografias do escuro


O fotografável é o visível, aquilo que se escreve com a luz? Talvez, não. Podemos converter calor ou qualquer radiação não visível, mas captável e mensurável por um determinado tipo de sensor, em imagem fotográfica. Ou isso não seria fotografia?



Um tipo de discurso


Kafka nos mostra que:

1) somos capazes de dizer absolutamente nada, sob o modo de uma afirmação categórica de algo determinado;

2) um castelo se constitui positivamente com esse tipo de discurso.




animal - humano - máquina/aparelho


Os velhos moralistas espirituosos – um pouco ultrapassados, é verdade – sempre insistem para que nós, enquanto humanos, façamos de tudo para nos distinguir dos simples animais, e para que nos apliquemos nisso com as nossas mais nobres forças e faculdades. A moral, para eles, de certa maneira, se resume em afirmar uma atitude especificamente humana, destacada da animalidade (paixões, corpo, individualismo, mera sobrevivência, nudez, liberdade selvagem, libido, etc.).

Os moralistas hodiernos já não se preocupam tanto com isso. O que lhes preocupa é a nossa semelhança com as máquinas, nossa indistinção em relação aos aparelhos. Humanos, precisamos não ser máquinas. Criados segundo a imagem amplificada das nossas potências naturais, as máquinas e os aparelhos acabaram por nos fazer, à sua imagem, agir como autômatos, como máquinas e aparelhos nós mesmos, simples extensões suas.








Mundo-imagem-capital


No mundo de Berkeley: _ser é ser percebido ou perceber.
No mundo-imagem (Sontag): _ser é ser fotografado ou fotografar.

Assim, o capitalismo não é o mundo em que: _ser é ter.
Mas o mundo em que: _ser é ter ou ser tido.



História do futuro 4...



“Poucas coisas reforçarão mais a força fatal do impulso para o nomadismo que alastra do que as restrições à liberdade de circulação; nunca foi tão grande a discrepância entre a liberdade de movimentos e a abundância de meios de transporte.”


BENJAMIN, Walter. Rua de mão única [1928]. Trad. João Barrento. In: Rua de mão única; Infância berlinense: 1900. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. P. 22.

História do futuro 3...


“Mas não se trata das preocupações e dos sofrimentos de cada um, coisa que talvez se pudessem ajudar uns aos outros – é a observação do todo que ocupa a conversa. É como se estivéssemos presos num teatro e fôssemos obrigados a seguir a peça que se desenrola no palco, quer quiséssemos, quer não, e tivéssemos de fazer dela, quer quiséssemos, quer não, o objeto do nosso pensamento e do nosso discurso.”

BENJAMIN, Walter. Rua de mão única [1928]. Trad. João Barrento. In: Rua de mão única; Infância berlinense: 1900. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. P. 21.



História do futuro 2...


“Os alemães perderam definitivamente o mais europeu de todos os bens, aquela ironia mais ou menos evidente com que a vida de cada indivíduo se reclama alguma diferença em relação à existência da comunidade em que está inserido.”
BENJAMIN, Walter. Rua de mão única [1928]. Trad. João Barrento. In: Rua de mão única; Infância berlinense: 1900. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. P. 20.



História do futuro 1...



Trechos de Walter Benjamin sobre a “inflação alemã” tão aplicáveis à nossa “inflação” de hoje em dia:

Mas toda esperança será vã enquanto todos esses destinos terríveis e sombrios forem apresentados pela imprensa diariamente, de hora em hora, sempre com causas e consequências fictícias, não ajudando ninguém a reconhecer as forças obscuras a que a sua vida passou a estar submetida. 
BENJAMIN, Walter. Rua de mão única [1928]. Trad. João Barrento. In: Rua de mão única; Infância berlinense: 1900. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. P. 20.



O dia a dia do que não seria notável


A fotografia cotidiana (a foto qualquer) frequentemente nos mostra nada mais que o vulgo ou a coisa qualquer, quem e o que já estão aí como que desde sempre. Ela como que destaca do modo de ser da indiferença ou do tédio o que não merece ser mostrado, dia a dia.





Inteligência poética


Ao que parece, primeiramente apreendemos uma ideia de maneira poética, pela intuição da sua poesia. A poesia seria a primeira apreensão de uma ideia verdadeira, isto é, essencial e original; poesia, a nossa experiência primeva de uma ideia. Depois, a poesia – ou o encantamento da língua com a ideia – dissipa-se, ao se expressar como prosa, argumento, ciência, filosofia.

Acerca disso: a relação de Freud com Goethe (cuja poesia parece envolver de maneira sublime a ciência freudiana).




O que pode um texto de filosofia?


Mais interessante (porque mais importante) que a verdade de um texto filosófico, em si mesmo considerado, é o que se faz com ele. Seus efeitos de verdade.




Infinitas fotografias?


O número de imagens técnicas que um aparelho fotográfico digital pode produzir é muito elevado, mas finito. São, por exemplo: 6.000 x 4.000 pixels, com uma profundidade de 16 tons para cada uma das três cores. Isso possibilita: um total de 1.152.000.000 fotos. Das quais uma enormidade é semelhante a outra.



História num texto de filosofia pura


Num curioso trecho de um texto de filosofia fundamental-transcendental, Husserl escreve: “[...] pessoas sub-humanas [...]”*. Com isso, 1929 entra na metafísica.







(*) HUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas [1929]. Trad. Pedro M. S. Alves. In: Meditações cartesianas e Conferências de Paris: de acordo com o texto de Husserliana I. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. P. 105.

Para o lado da imagem


Sinto-me atraído, além das ideias, também, e às vezes até mais, para a imagem (que, assim como ocorre com atração para a ideia, se mostra em seus aspectos passivos – imagem-impressão – e simultaneamente ativos – imagem-expressão).

Ideia-imagem, um mesmo elemento em modos distintos – modos de pensamento. Não há ideia que não implique alguma imagem? E imagem, que não envolva alguma ideia?

Sobre a primeira questão, lembro-me da secular nota de Spinoza : “quase nada podemos inteligir acerca de que a imaginação não forme, imediatamente (è vestigio), alguma imagem”*.



(*) SPINOZA, Benedictus de. Correspondance. Trad. Maxime Rovere. Paris: GF Flammarion, 2010. Lettre XVII, §5. P. 124.





Petição de princípio e a questão da fundamentação (exemplo da psicanálise)


Sim, a relação da psicanálise e do totemismo (enquanto ideias) constitui uma petição de princípio, segundo a análise linear da questão da fundamentação.

A psicanálise explica o totemismo, e essa explicação explicita e confirma a teoria psicanalítica.

Essa circularidade lógica é um problema impeditivo apenas quando se tem uma concepção arquitetônica da filosofia ou do pensamento. Digo arquitetônica, talvez não muito adequadamente, quando se entende a construção do pensamento a partir da metáfora da construção de uma casa, cujas partes mais elevadas se apoiam naquelas mais baixas, e finalmente naquelas assentadas sobre as suas sapatas fundamentais, que por sua vez se assentam num solo absolutamente firme.

A organização do pensamento (sua sistematização), no entanto, não se constrói verticalmente ou linearmente, mas em círculos ou em espiral. As partes ou as ideias do pensamento se desdobram indefinidamente umas das outras, incorrendo nesse processo necessariamente em contínuas petições de princípio, pelas quais aquelas ideias se afirmam, e também se transformam, mutuamente. Uma ideia do pensamento nunca é (realmente) separável da totalidade das outras.

Assim, a lógica da petição de princípio não é um impedimento, mas a efetividade (a lógica efetiva) do pensamento.






A economicidade da filosofia


Para mim, isto é, para alguém que como eu pensar ou não pensar nada acrescenta aos meios de conservação de sua existência, a filosofia é uma despesa improdutiva, uma extravagância. No entanto, ela não deixa de ser econômica.



A destruição espetacular de riquezas


A destruição espetacular de riquezas* é um modo primitivo de atividade econômica. Ela se destinava originariamente ao desafio dos rivais.

Ora, a economia moderna é ainda o espetáculo dessa destruição, mas globalizada, total e sem externalidade. Assim, a questão: – quem faz modernamente o papel do rival?



(*) Conferir: BATAILLE, Georges. La notion de dépense [1933]. In: La Part maudite. Paris: Minuit, 2011. P. 28.

A improdutividade contemporânea da política


Modernamente, as políticas de Estado são pensadas como despesa produtiva: como atividade que serve às condições da produção e à conservação da vida dominada.

Tem se tornado porém despesa improdutiva*, maldita, como o sacrifício, o luxo, o jogo ou a arte. 

Essa improdutividade da política então nos aproxima dos antigos?







(*) BATAILLE, Georges. La notion de dépense [1933]. In: La Part maudite. Paris: Minuit, 2011. P. 23 e sgt.

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A diferença entre acompanhar as notícias e fazer notícias. Teatro e história. Representar e pensar.


Já não devemos mais acompanhar as notícias


...elas nos prendem como capítulos de uma telenovela... não saímos mais do sofá... para nos tornarmos os eternos espectadores do teatro da política...

...as notícias se repetem, num ciclo amortecedor ou mortal... não são as notícias e os jornais que fazem a experiência de vida ou a história...


Para onde vamos?



A função política da crise do acontecimento é imobilizar a potência de pensar. Projeto niilista: o real se torna impensável; a dominação é facilitada. Já não é preciso governo.


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Os humanos inflam o mundo com palavras.
Até o mundo tomar o tamanho da Terra.
Essa é a mais fundamental das poluições.




Fotografia chocha


A exaltação da fotografia chocha é o desejo de transvalorizar uma incapacidade técnico-artística num pretenso estado-final da arte? Ou uma atitude cínica diante da técnica-arte monárquica? Ou os dois ao mesmo tempo?



Pensamento e crise


O acontecimento não é a crise do pensamento nem da ação. A crise do acontecimento é a incapacidade de julgar ou de determinar, definir, parar o pensamento, não de pensar. Justamente é a partir dos impasses de fora que se constitui e se intensifica o pensamento de fora, a modificação indefinida do pensamento, da potência de pensar, da potência de agir.

Não há modo de ser fora do pensamento, mas há o modo de ser do pensamento de fora. “De fora” não indica um objeto do pensamento, mas um modo, uma modificação, do pensamento.